- Alderico Sena Sena
- há 1 dia
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Os movimentos sociais sempre foram a alma da democracia. Eles nascem do inconformismo, da luta por direitos e da esperança de um país mais justo. No Brasil, já vimos mobilizações históricas — do movimento sindical ao feminismo, do movimento estudantil às Diretas Já. Mas por que, então, parece que esses movimentos perderam força?
O Brasil precisa redescobrir essa energia. Precisamos de movimentos sociais fortes, independentes e respeitados, com novas lideranças e causas renovadas, para que a sociedade civil volte a ocupar seu espaço no debate político, sem ingerência partidária.
Cadê os movimentos sociais nas ruas para combater a imoralidade política exercida no Congresso Nacional, onde parlamentares legislam em causa própria, aumentando o número de deputados federais de 513 para 531 e o mandato de senador de 8 para 10 anos, sem ouvir a sociedade? O dinheiro público é dos trabalhadores — não é de partido político, não é de governo — é da sociedade, é patrimônio do povo brasileiro e deve ser aplicado com zelo, respeito, responsabilidade, transparência e ética, para o bem comum e o crescimento socioeconômico do país, e não para beneficiar determinados figurões dos Poderes constituídos. É o que vimos acontecer com as emendas secretas no Congresso Nacional e também com o que foi noticiado pela mídia: “O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pagou R$ 3,4 milhões em penduricalhos nos cinco primeiros meses de 2025, inflando seu quadro de juízes auxiliares nos últimos anos. Os auxiliares são magistrados requisitados a outros tribunais para atuar no CNJ”, enquanto um trabalhador recebe, por mês, apenas R$ 1.518,00 (mil quinhentos e dezoito reais) e os benefícios dos aposentados do INSS tornaram-se irrisórios depois das reformas previdenciárias, mesmo após tantos anos de serviços prestados ao país, sem direito a privilégios e mordomias. Indignação é classificação de todos!
Sociedade brasileira, a CPI do eleitor é o voto consciente nas eleições de 2026. O deputado federal Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte na promulgação da Constituição Federal em 5 de outubro de 1988, discursou: “A única coisa que mete medo em POLÍTICO é o povo na rua”.
Exercer a cidadania na defesa de um Brasil melhor para as futuras gerações é preciso. É importante refletir sobre a mensagem de Lima Barreto: “O Brasil não tem povo, apenas público. Povo luta pelos seus direitos; público só assiste de camarote”.
É hora de revitalizar os movimentos sociais. Redescobrir lideranças. Reacender o debate e defender uma reforma política e partidária séria, visando reduzir o número de partidos políticos e o desperdício de recursos públicos com fundo partidário. É necessário também estabelecer a eleição direta, pelo corpo funcional, para a escolha de dirigentes na administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios — e não por indicação de presidente da República ou governador — considerando que o artigo 2º da Constituição Federal estabelece que “os Poderes são independentes e harmônicos entre si, e o Legislativo, o Executivo e o Judiciário obedecerão aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência, transparência e publicidade”. A alternância de poder é de fundamental importância, pois poder e capital, quando concentrados, geram corrupção e impunidade.
A cidadania precisa de voz. E essa voz é coletiva.
O povo tem que fazer cumprir o que estabelece a Constituição. Assim, o artigo 3º, que trata dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, será honrado e respeitado pelos Poderes. Vejamos: “Construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Afinal, como bem disse Rui Barbosa: “Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles”.
As futuras gerações dependem disso. Seja a mudança e ajude o eleitor desinformado a deixar de ser tratado como “bobos da corte”.
Compartilhe se você acredita na força da sociedade civil e quer um Brasil melhor! Querer é poder!
Alderico Sena – Especialista em Gestão de Pessoaswww.aldericosena.com – Instagram: @aldericosena