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A escassez de ética no mundo contemporâneo Por Alderico Sena – Especialista em Gestão de Pessoas

  • Foto do escritor: Alderico Sena Sena
    Alderico Sena Sena
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

O crescimento sustentável de um país está diretamente ligado à qualidade de seus líderes. No entanto, vivemos uma escassez de liderança ética, agravada pela fragilidade dos poderes constituídos e pela falta de investimentos consistentes em educação. Esses fatores contribuíram para a banalização dos valores morais e éticos em nossa sociedade.


A crise política e moral que enfrentamos no Brasil decorre, em grande parte, da ausência de líderes comprometidos com o bem comum. Não temos mais referências políticas como nos tempos em que a política era exercida com elevação, idealismo e responsabilidade.

Antigamente, os atores políticos se revezavam na missão de defender ideias com base em argumentos sólidos, guiados por valores institucionais. Hoje, a falta de lideranças éticas é a principal causa da crise institucional que assola o país. Como já dizia o ditado: “Um líder que não dá o exemplo não pode exigir comprometimento de sua equipe.”


A escassez de ética no mundo atual também é reflexo da má qualidade do ensino e da carência de pensadores com uma visão de futuro para o Brasil. Muitos profissionais recém-formados deixam de cumprir os compromissos éticos assumidos em seus juramentos, o que compromete o desenvolvimento da nação.


O juramento profissional é uma declaração solene de compromisso com os princípios éticos da profissão. Ele é essencial para assegurar a integridade, a responsabilidade e o respeito às normas que regem cada área de atuação. Profissões como medicina, direito e engenharia, por exemplo, exigem uma conduta ética rigorosa, pois suas decisões impactam diretamente a vida das pessoas. O juramento deve ser um guia permanente de comportamento — pautado pela honestidade, competência e respeito — e uma fonte de confiança da sociedade no exercício profissional.


É preciso ser, para depois ter. O valor do ser humano não deve ser medido pelo que possui, mas pelo que faz com o conhecimento adquirido, com profissionalismo e compromisso institucional. O culto ao individualismo gera egoísmo, e este, por sua vez, é a raiz de muitas formas de violência. Ao longo das duas primeiras décadas do século XXI, testemunhamos o crescimento de atitudes ambiciosas e antiéticas, que vêm contribuindo para a degradação das relações sociais e o aumento da violência.


O ser humano precisa compreender que tudo o que é ilegal, também é imoral. Alguns têm caráter; outros, apenas preço — e caráter não se vende. A ética deve estar presente em todos os ambientes: familiar, social e profissional. Ela é indispensável para a convivência harmoniosa entre as pessoas, para a qualidade dos serviços prestados à sociedade e para garantir a moralidade na administração pública, como estabelece o artigo 37º da Constituição Federal.


Mas afinal, o que é ser ético? Em uma definição simples: é agir corretamente, sem prejudicar o outro. A ética se baseia em valores morais culturais, que podem variar com o tempo e o espaço, mas mantêm fundamentos universais. A ética é também uma questão individual, nascida de um conjunto de princípios que resistem ao tempo. O que falta não são profissionais no mercado — o que falta é profissionalismo.


Algumas virtudes éticas essenciais incluem:

  • Honestidade, para construir credibilidade por meio de relações francas;

  • Coragem, para assumir decisões e responsabilidades;

  • Tolerância e flexibilidade, para ouvir e avaliar antes de julgar;

  • Integridade, para manter-se fiel aos valores mesmo diante das pressões;

  • Humildade, para reconhecer que o sucesso é coletivo e não apenas pessoal.

Para ser leal com o próximo, é preciso, antes de tudo, ser leal consigo mesmo. Só assim poderemos construir uma sociedade mais justa, educada, fraterna e solidária. Tudo passa por uma combinação de serenidade, disciplina, equilíbrio, limites, consciência profissional, política e, sobretudo, educação. Porque é a educação que forma o cidadão.


Um poeta anônimo sintetizou muito bem o verdadeiro conceito de ética: “Vigie seus pensamentos, porque eles se tornarão palavras; vigie suas palavras, porque elas se tornarão seus atos; vigie seus atos, porque eles se tornarão seus hábitos; vigie seus hábitos, porque eles se tornarão seu caráter; vigie seu caráter, porque ele será o seu destino.”


A escassez de ética no mundo contemporâneo é, sim, alarmante. É hora de a humanidade rever seus conceitos morais e éticos, com vistas a construir um Brasil mais justo e promissor para as futuras gerações.


www.aldericosena.com / @aldericosena

 
 
 

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