Sociedade, precisa defender a valorização do Professor Redação 16 de julho, 2025 - Noticia Livre
- Alderico Sena Sena
- 17 de jul.
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A profissão de professor é a única que torna todas as outras possíveis.
Em uma sociedade que almeja progresso, é contraditório que os principais responsáveis pela formação de cidadãos e profissionais — os professores — continuem sendo sistematicamente desvalorizados. No Brasil, o cenário da educação é marcado por um paradoxo: todos reconhecem, em discurso, a importância do professor, mas, na prática, pouco é feito para garantir-lhe o respeito, a estrutura e a remuneração dignos de sua função.
A carreira docente, especialmente na educação básica, é uma das mais exigentes e, ao mesmo tempo, uma das menos reconhecidas. Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal de um professor da educação básica no Brasil é cerca de 30% menor do que o de outros profissionais com o mesmo nível de escolaridade. O salário inicial dos professores brasileiros está entre os mais baixos dos países analisados, o que contribui para a falta de atratividade da profissão.
Além dos baixos salários, os professores enfrentam turmas superlotadas, infraestrutura precária, acúmulo de tarefas administrativas e desgaste emocional. Dados do Censo Escolar de 2023 mostram que 40% dos docentes da rede pública atuam em mais de uma escola para complementar a renda. Esse cenário leva ao esgotamento e à evasão da carreira: mais de 60% dos professores relatam já ter considerado abandonar a profissão.
A desvalorização também é perceptível no campo simbólico e social. De acordo com levantamento da organização Todos Pela Educação, 70% da população reconhece que os professores são pouco respeitados no Brasil. Isso se reflete, infelizmente, até mesmo em episódios de violência: só em 2023, foram registrados mais de 6 mil casos de agressão a professores nas escolas públicas brasileiras, segundo pesquisas.
Enquanto isso, países que investem seriamente na valorização docente colhem resultados. A Finlândia, por exemplo, exige mestrado para ingresso na carreira e oferece remuneração competitiva, além de status social elevado. No Japão, os professores recebem 20% a mais que a média dos trabalhadores e são amplamente respeitados — cultural e institucionalmente.
Valorizar o professor vai muito além de melhorar salários — embora isso seja urgente. Significa oferecer formação continuada, boas condições de trabalho, segurança nas escolas, apoio psicológico e reconhecimento público. É entender que formar pessoas é uma missão complexa, estratégica e essencial para qualquer projeto de nação. Se o Brasil deseja um futuro mais justo, próspero e desenvolvido, precisa começar pela base: investir em quem ensina. Sem professor valorizado, não há educação de qualidade. E sem educação de qualidade, não há futuro.
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Alderico Sena – Especialista em Gestão de Pessoas, Ex-Assessor da UFBA/UFES e IAT (Instituto Anísio Teixeira) E-mail: aldericosena@gmail.com

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