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Indignação da sociedade com os Poderes constituídos Redação 27 de outubro, 2025 - Notícia Livre

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    Alderico Sena Sena
  • há 12 minutos
  • 4 min de leitura

Colunista Destaque – Alderico Sena


Indignação da sociedade com os Poderes constituídos


Por Alderico Sena

Especialista em Gestão de Pessoas e Coordenador de Pessoal da Assembleia Estadual Constituinte de 1989

 

O Brasil possui riquezas naturais e geográficas em abundância, mas carece de riquezas humanas, educacionais e políticas.

 

Sem generalizar, é notório que muitos dos políticos que compõem as Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, Câmara Federal, Senado e os Governos que conduzem os destinos do País não representam verdadeiramente a sociedade.

 

O descrédito nos Poderes Constituídos é visível — resultado da falta de caráter, competência e compromisso daqueles que deveriam cumprir o que estabelece o Art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal:

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

Nem todos os políticos são iguais. O erro do eleitor está em não saber separar “o joio do trigo”. A tecnologia está à disposição de todos, e o caráter não tem preço. No entanto, o ter, movido pelo dinheiro sujo, venceu o ser, representado pelo caráter e pela ética na política. Razão de “Homens Livres e de Bons Costumes” terem se afastado do processo político no país.

O que se observa nas Casas Legislativas, nas Prefeituras, nos Estados, na União e até no Judiciário — que tem o papel de “fazer cumprir as leis” — são escândalos sucessivos, enquanto os serviços prestados a sociedade como saúde, educação e segurança necessitam de uma melhor qualidade.

 

O Supremo Tribunal Federal decidiu que políticos podem indicar conjugues e familiares para cargos comissionados e desaprova a desaposentação dos Aposentados.

 

O Senado firmou contrato de aluguel de veículos SUVs de luxo para os Senadores no valor 47 milhões e a cidadania tem o dever de reagir aos abusos do dinheiro público na administração pública para manter privilégios e mordomias.

 

Aumentos do número de deputados de 513 para 531, Emendas parlamentares desviadas, fraudes em benefícios do INSS, PEC da Bandidagem, Mensalão, Vendas de Sentenças, entre outros exemplos de posturas antiéticas e imorais na administração pública.

 

Transformaram a política em politicagem, descumprindo o que determina a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Art. 37:

“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”

 

Em 6 de junho de 2006, publiquei no jornal A TARDE o artigo “Política e Politicagem”, chamando a atenção para a distinção entre ambas. A redação dizia:

“O eleitor precisa distinguir política de politicagem para compreender que política é a arte de trabalhar pelo bem comum, enquanto politicagem é o uso irresponsável e criminoso da consciência do povo e do erário público para atender a interesses pessoais ou de grupos.

Quando não se vota em candidato corrupto, o eleitor age com consciência e responsabilidade.

Mas, quando se vota mal, coloca-se no poder uma corja de políticos descomprometidos com os destinos de uma comunidade, de um Estado e do País. A CPI do eleitor é o voto.”

A capacidade de um país crescer depende da educação de qualidade e de seus líderes. A crise política, moral e institucional que vivemos está diretamente ligada à escassez de lideranças, à desinformação, à despolitização e ao desinteresse da sociedade pela política.

 

Líderes já não existem, tampouco partidos fortes com programas e compromissos como nos tempos em que a política era elevada ao altar da alta expressão. No passado, atores políticos se revezavam na missão de debater com argumentos sólidos e visão institucional. A falta de líderes é a principal razão da crise moral, política e institucional brasileira.

 

O Brasil vive uma crise de lideranças. Faltam políticos com visão institucional e espírito público.

 

Considerando o péssimo nível de representação política nas últimas décadas, observa-se uma profunda mudança de perfil em relação aos líderes do passado — exemplos como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, entre outros comprometidos com as causas nacionais.

 

Considerando que a Constituição de 1988 está “remendada” com 140 PECs, proponho aos meios de comunicação que desenvolvam entrevistas com lideranças da sociedade civil organizada que contribuíram com a elaboração da Constituinte de 1988, visando defender uma revisão constitucional para os novos rumos do Brasil.

 

Um dos pontos a serem revisados na Constituição é o Art. 2º:

“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

É coerente o Presidente da República e o Governador de Estado indicarem ministros para o STF e conselheiros de tribunais de contas do Municípios e dos Estado, dentre outras incoerências na administração pública?

 

Entidades associativas e movimentos sociais que representam a juventude, o terceiro setor, associações, sindicatos, cooperativismo, meio ambiente, indígenas, mulheres, negros, LGBTTQIA+ e os setores da saúde, educação e segurança, entre outros, precisam retornar ao processo político, devido falta de zelo com o erário público, pois é na esfera governamental que se decidem os destinos do país e as condições de vida da população.

A sociedade civil organizada tem o dever de exigir dos governos — municipal, estadual e federal — a presença de um membro nos conselhos administrativos e consultivos da administração pública, com voz e voto nas decisões.

 

O brasileiro precisa mudar sua atitude na urna e parar de reclamar antes de refletir sobre o voto. É preciso pensar em que Brasil queremos deixar para as futuras gerações.

 

Defendo a educação de qualidade como o principal investimento nacional e como critério de escolha nas eleições de 2026. Aconselho o eleitor a pesquisar, na internet, a história familiar, política e profissional dos candidatos antes de votar nas eleições de outubro de 2026.

 

A CPI do eleitor é o voto consciente — instrumento fundamental para a reconstrução do Brasil.

 

Dê valor ao seu voto e a você, eleitor. Querer é poder. Seja a mudança que deseja e pare de reclamar dos governantes e políticos!

 
 
 

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