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Preconceito com o idoso

Preconceito com o idoso

Publicado: 19 Maio 2016 - Alderico Sena - Noticia Livre

O preconceito em relação ao idoso está relacionado à cultura brasileira, ou seja, em países desenvolvidos o idoso é respeitado e possui papéis sociais importantes para a manutenção econômica do país. No caso do Brasil, por bases culturais, o idoso é visto como incapaz, improdutivo e dependente. Todavia, através de trabalhos direcionados a Terceira Idade esta realidade vem se demonstrando falsa e comprovando que o idoso muito tem a contribuir em nossa sociedade.

Esse preconceito é considerado, portanto, um tipo de juízo provisório porque não possuem nenhuma teoria que os sustentem, ou seja, são pensamentos empíricos baseados na experiência cotidiana e social das pessoas. A valorização do idoso em nosso meio social é um desafio que está requerendo respostas urgentes da sociedade. Para os representantes da categoria é muito mais que um desafio, é um comprometimento ético-político. As chances dos mais velhos são menores no mercado de trabalho.

Para aqueles que pretendem ingressar no mundo do trabalho, cabe dizer que a disputa é grande e as exigências no mercado são cada vez maiores. Em um sistema econômico como o do Brasil, que valoriza mais a juventude, o posto de trabalho para idosos é mais difícil, pois são vistos como incapacitados, com reduzida força produtiva, raramente levando-se em conta a experiência adquirida pelos mais velhos. Pela grande concorrência no mercado de trabalho exige-se, cada vez mais, um determinado perfil, considerado adequado.

As empresas estão cada vez mais exigentes, esperando sujeitos muito qualificados, que demonstrem capacidade de responder as suas expectativas e exigências. Os empregadores poderiam valorizar os idosos, como consultores e treinadores, que teriam oportunidade de passar suas experiências aos mais jovens. Com isso, poderia ser ampliada a possibilidade de trabalho dos idosos, que não conseguem se manter com os reduzidos valores da aposentadoria. A empresa sairia ganhando, pois evitaria gastos com treinamento externo ou com o longo período de aprendizagem do iniciante. A sociedade, no entanto, vive ainda sob estereótipos e mitos em relação ao idoso. Convive-se em uma sociedade que tem muita dificuldade em lidar com as diferenças, que estigmatiza, que provoca sentimento de impotência e de exclusão, ao afastar determinadas pessoas do mundo produtivo. È importante que se desvelem essas diversas formas de preconceito, estigma e exclusão e que sejam socializados os conhecimentos sobre envelhecimento e trabalho, para que sejam construídas estratégias de intervenção, que incluam os diversos segmentos da sociedade envolvidos com essa questão.

O desemprego cresce de forma acelerada e a força de trabalho está sendo substituída pelas novas tecnologias, como computadores e robôs. Pode-se dizer que o que mais se globaliza nos dias de hoje é a tecnologia, dificultando a inserção no mercado de trabalho. Na globalização da economia não existem chances iguais para todos, vencendo o que tiver melhores condições de competitividade. Convive-se com um mundo cada vez mais digitalizado e contraditório, em que as pessoas sentem-se perdidas com a velocidade dos avanços tecnológicos, sendo obrigadas a evoluir rapidamente, em conhecimentos e habilidades, para serem incluídas no mercado de trabalho.

As pessoas devem preparar-se, atualizar-se continuamente, para disputar a inserção no mundo do trabalho, para não sofrer com a exclusão, a pobreza e o desprezo. No entanto, este fato não depende apenas da capacidade do sujeito, mas das possibilidades em geral. Cada pessoa tem sua história e seu ritmo de vida, o que engloba também dimensões contextuais, relacionadas a fatores econômicos, sociais e políticos.

ALDERICO SENA, PRESIDENTE REGIONAL BAHIA E VICE-PRESIDENTE NACIONAL DO MOVIMENTO DOS APOSENTADOS, PENSIONISTAS E IDOSOS DO PDT – PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA – www.aldericosena.com – aldericosena@gmail.com

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